“Parece que uma bruxa
te viu”
Disse-o a minha mãe e
não foi à toa. Se a manhã correu devagar entre momentos de pânico e nervos,
acabou bem. Foi dia de exame de Código e passei! Assim sendo, e uma vez que
ganhei esta bela viagem à que aqui chamam na brincadeira Cidade do Código, perdi uma outra viagem: à Universidade de
Salamanca.
Fui admitida numa
primeira fase em medicina dentária nesta universidade, ou pelo menos é o que o
sistema diz, e como eu não podia ir fazer a matrícula hoje, foi lá a minha mãe.
O certo é que regressou tal como foi. Não a deixaram fazer a matrícula porque uma
lei que saiu há bem pouco tempo, já depois dos exames espanhóis (Selectividad) deste ano estarem feitos, diz
que a candidatura deve ser feita exclusivamente com exames deste ano. O meu
exame de química é de 2011…
Ora, nada disto tem
lógica e das candidaturas que fiz só se aplica a Salamanca e a Valladolid (por
as comunidades serem todas autónomas, cada uma faz o que bem entende), as
universidades mais perto e sendo Salamanca a predileta. O mais estranho é que o
meu nome saiu na lista de admitidos, mas a universidade não aceita a matrícula.
Fui apanhada mais do que desprevenida, atraiçoada por uma lei que saiu quando
já estava tudo pronto. Já ouvi chamarem pelo advogado, por lhe chamarem burla.
Já se pensa na alternativa que se deixou fugir (medicina, Santiago de
Compostela) e vê-se, ainda que com estranheza e muito ao longe, a que ainda se
poderá agarrar (medicina, Barcelona).
Entrave atrás de
entrave, estão-se a gerar muitos problemas não só no meu caso, como com pessoas
em situações bem parecidas. E foi apenas há uns dias que deram conta de se
terem enganado na minha nota de biologia numa diferença de 8 valores (escala de
0 a 10). Mas claro que só se “aperceberam” porque foi reclamado. Sabemos que os
espanhóis não gostam de portugueses a mais nas universidades de medicina deles,
mas um pouco de (já nem digo sensatez) competência não faz mal a ninguém. Já
ouviram falar do processo de Bolonha?
Devo estar imersa numa
maré de azar. Dizem que um nunca vem só. Prova provadíssima. Salve-se o código.
PS: Já há algum tempo
que não tinha realmente tempo para escrever. Hoje estiquei-me um pouco.